terça-feira, 20 de agosto de 2013

Educar é ensinar a pensar


            A Justiça suspendeu, há poucos dias, o funcionamento do Centro de Difusão do Comunismo (CDC), ligado à Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A UFOP reclamou da decisão do Juiz e, provavelmente, irá recorrer a outras instâncias para garantir o funcionamento do CDC. A UFOP alega, em nota, que a autonomia universitária “foi ferida de morte” com a decisão judicial, além do que as instâncias que a aprovaram e acompanharam o programa, criado em 2012, foram “completamente ignoradas e achincalhadas”. Segundo o Estado de Minas, a nota acrescenta que “o pluralismo de ideias próprio a uma instituição federal de ensino público foi jogado no lixo e, pasmem, acusado de cercear o debate”.
            É uma pena que isso esteja acontecendo, porque, aproveitando esse “pluralismo de ideias próprio a uma instituição federal de ensino público”, eu ia propor à UFMG a criação de um Centro de Difusão do Nazismo (CDN).
            Acho até que a aceitação do CDN seria, sob o ponto de vista social e jurídico, bem mais tranquila do que o CDC. É a História que nos diz: se compararmos as monstruosida- des dos dois regimes, veremos que o Nazismo foi bem mais “bonzinho” do que o Comunis- mo. Para termos uma dimensão objetiva do problema, vejamos os números que se seguem.
            O Comunismo foi responsável por cerca de cem milhões de vítimas, assim distribuí-das:
            URSS (20 milhões), China (65 milhões), Vietnã (1 milhão), Coreia do Norte (2 milhões), Camboja (2 milhões), Leste Europeu (1 milhão), América Latina (150.000), África (1,7 milhão), Afeganistão (1,7 milhão), movimento comunista internacional e partidos comunistas fora do poder (10 milhões).
            Os números foram retirados da obra O livro negro do Comunismo (Bertrand Brasil).
            Com relação ao Nazismo, as cifras são as seguintes;
            Civis mortos nos países ocupados (15 milhões), judeus (5,1 milhões), prisioneiros de guerra soviéticos (1,1 milhão), deportados mortos nos campos de concentração (1,1 milhão), pessoas destinadas a trabalhos forçados (8 milhões), sobreviventes dos campos de concentração (1,6 milhão).
            Número total de vítimas do Nazismo: cerca de 31 milhões e novecentos mil.
            Os números foram também extraídos da obra O livro negro do Comunismo.
            Estamos aqui falando de números, mas o aniquilamento físico e moral por que passou o povo subjugado pelo regime soviético não tem paralelo na história da humanidade, tanto em quantidade quanto em intensidade. Prisões aleatórias, deportações, fuzilamentos, perseguições e condenações a campos de concentração não são nada em vista dos milhões de pessoas que morreram de fome durante a “ditadura do proletariado”.
            De tudo isso o que mais choca as pessoas de bom senso e que pensam um pouco no sofrimento dos homens é a existência no Brasil de partidos que carregam o nome de “comunistas”, quando sabemos que o comunismo foi o regime político ou ideológico que mais matou e maltratou as pessoas na história da humanidade.
            A apologia ao Nazismo é, com toda razão, capitulada como um crime inafiançável. Por que a apologia ao Comunismo também não o é? Por que as pessoas têm vergonha de dizer que são nazistas e outras fazem questão de se dizerem comunistas? Por que é permitida, e até mesmo defendida, a exibição de bandeiras e cartazes com a foice e o martelo, ao passo que a cruz de malta é proibida, até mesmo condenada?
            Acho que vou um pouco além em minhas pretensões. Seguindo o exemplo da UFOP, vou sugerir à UFMG a criação do CDN (Centro de Difusão do Nazismo), mas vou também sugerir, seguindo o exemplo do PC do B, a criação do PN do B (Partido Nazista do Brasil). Acho que vou ter sucesso em minhas pretensões: afinal, o Nazismo foi um sistema muito mais brando com a humanidade do que o Comunismo. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Aprender português é...


            Todo indivíduo nasce com capacidade para aprender a língua materna, como afirma Chomsky. A proposta do linguista americano faz todo o sentido, pois não há nada tão natural e tão intuitivo como a aquisição e o domínio da própria língua. Aos seis anos de idade, quando entra para a escola, a criança já domina perfeitamente bem o seu idioma. É claro que não estamos falando de língua padrão ou de linguagens especiais, como o economês ou o politiquês, mas o menino é capaz de conversar horas e horas sobre futebol, videogame, passeios, brincadeiras, etc. Em outras palavras: já domina uma língua, a língua materna e possui uma gramática internalizada, que ele usa maravilhosamente bem, mas não sabe explicitá-la, isto é, não sabe explicar como ela funciona. Por que estou falando isso?
            Observe que a criança não recebe aulas para aprender a língua materna. A mãe não chega para o filho e fala: “Agora assenta aqui, porque eu vou explicar para você a diferença entre singular e plural...” A mãe poderá, quando muito, “corrigir” o filho no ato da fala e dizer: “Não é os menino, mas os meninos, não é os professor, mas os professores, não é os anel, mas os anéis, e assim por diante.” Mas, na verdade, a criança aprende a usar a língua é no exercício efetivo da linguagem. É praticando, é usando a língua no momento em que precisa dela para se comunicar ou para expressar os seus sentimentos.
            O erro milenar do ensino da língua materna reside, a meu ver, na insistência em ensinar teoria da linguagem, em vez de ensinar a própria linguagem. Na escola, o aluno precisa aprender a usar a língua padrão, o que deve ser feito pela prática e pelo uso da norma culta e não por meio do ensino de teoria linguística (leia-se: teoria gramatical). Aprende-se a nadar, nadando, aprende-se a andar de bicicleta, pedalando, sem necessidade conhecimentos teóricos.
            Estou dizendo isso, porque eu gostaria que o caro leitor observasse bem a lição de português que eu postei neste blog. Não há nada de teoria gramatical, pois como disse em textos anteriores, é possível aprender a língua padrão, sem necessidade de estudar gramática.