Educar
não é simplesmente entrar em uma sala de aula e recitar a lição do dia, não é
apenas ajudar o filho a fazer o para casa e não é passar para alguém algum
conhecimento ou informação. Mais do isso, educar é criar hábitos, é levar uma
pessoa a pensar de maneira diferente, é
abrir caminhos desconhecidos.
Você que
conhece Belo Horizonte, que mora nesta cidade ou, melhor ainda, que nasceu
aqui, certamente já passou pela Avenida Raja Gabaglia, já cruzou a Praça Raul
Soares e certamente conhece algumas dessas ruas ou avenidas: Bernardo
Guimarães, Bernardo Monteiro, Augusto de Lima, Levindo Lopes, Antônio de
Albuquerque, Bias Fortes, Levindo Lopes, Professor Moraes, Santa Rita Durão,
Francisco Sales, Francisco Sá, etc. Você sabe quem foram esses ilustres
personagens, que deram nome a logradouros de uma região nobre de Belo
Horizonte? Isso sem falar nos milhares de ruas, avenidas, praças, becos,
vielas, viadutos, túneis, trincheiras, passarelas – perdidos e esquecidos nos
confins desta cidade. Colho ao acaso alguns nomes, mas todos sabemos que a
lista é muito grande: Aníbal Teotônio, Domingos Grosso, Faria de Brito,
Guanhães, Gustavo da Silveira, Hélcio Corrêa, Itapemirim, Modestino França,
Pedro Lessa, Raul Mourão Guimarães, Lagoa Doutada, Romualdo Lopes Cançado,
Serra Azul, Teixeira de Magalhães, Urandi, etc., etc. Afinal, quem são essas
pessoas? Que lugares são esses?
Na cidade
do Rio de Janeiro, a Prefeitura mandou colocar, abaixo do nome do logradouro
público, uma breve informação: escritor mineiro (1927-1986); compositor carioca
(1913-1971); Prefeito do Rio de Janeiro (1937-2005); cidade fluminense; capital
do Paraná, rio da Amazônia, etc. Por que não fazemos o mesmo em Belo Horizonte?
Uma providência tão simples poderia trazer uma informação preciosa para as
pessoas e – o que é mais importante – despertar nos indivíduos o interesse por
nossas coisas, por nossos antepassados e por nossas instituições. Quem sabe uma
atitude como essa puderia nos aproximar mais da nossa História, do nosso rincão
e dos nossos costumes?
Informações
desse tipo poderiam aguçar a curiosidade do belorizontino: embora tenha se
apaixonado por Marília de Dirceu e casado com ela, em BH Tomás Gonzaga não
cruza com a sua amada, embora esteja próximo dela. Já Alvarenga Peixoto
consegue, sim, se encontrar com a sua amada, Bárbara Heliodora, no bairro de
Lourdes. É bem verdade que Bárbara Heliodora pende um pouco para Tomás Gonzaga
e se encosta nele. Mais interessante é o caso de Santa Rita Durão: embora
localizado entre a Rua Cláudio Manoel (um inconfidente) e a Rua dos
Inconfidentes, Santa Rita Durão não é inconfidente e muito menos uma santa da
Igreja Católica; é um poeta mineiro, autor do poema épico Uirapuru, que
viveu de 1722 a 1784.
Que ideia boa! =)
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