quarta-feira, 8 de maio de 2013

Educação nas esquinas de Belo Horizonte


            Educar não é simplesmente entrar em uma sala de aula e recitar a lição do dia, não é apenas ajudar o filho a fazer o para casa e não é passar para alguém algum conhecimento ou informação. Mais do isso, educar é criar hábitos, é levar uma pessoa a pensar de  maneira diferente, é abrir caminhos desconhecidos.

            Você que conhece Belo Horizonte, que mora nesta cidade ou, melhor ainda, que nasceu aqui, certamente já passou pela Avenida Raja Gabaglia, já cruzou a Praça Raul Soares e certamente conhece algumas dessas ruas ou avenidas: Bernardo Guimarães, Bernardo Monteiro, Augusto de Lima, Levindo Lopes, Antônio de Albuquerque, Bias Fortes, Levindo Lopes, Professor Moraes, Santa Rita Durão, Francisco Sales, Francisco Sá, etc. Você sabe quem foram esses ilustres personagens, que deram nome a logradouros de uma região nobre de Belo Horizonte? Isso sem falar nos milhares de ruas, avenidas, praças, becos, vielas, viadutos, túneis, trincheiras, passarelas – perdidos e esquecidos nos confins desta cidade. Colho ao acaso alguns nomes, mas todos sabemos que a lista é muito grande: Aníbal Teotônio, Domingos Grosso, Faria de Brito, Guanhães, Gustavo da Silveira, Hélcio Corrêa, Itapemirim, Modestino França, Pedro Lessa, Raul Mourão Guimarães, Lagoa Doutada, Romualdo Lopes Cançado, Serra Azul, Teixeira de Magalhães, Urandi, etc., etc. Afinal, quem são essas pessoas? Que lugares são esses?

            Na cidade do Rio de Janeiro, a Prefeitura mandou colocar, abaixo do nome do logradouro público, uma breve informação: escritor mineiro (1927-1986); compositor carioca (1913-1971); Prefeito do Rio de Janeiro (1937-2005); cidade fluminense; capital do Paraná, rio da Amazônia, etc. Por que não fazemos o mesmo em Belo Horizonte? Uma providência tão simples poderia trazer uma informação preciosa para as pessoas e – o que é mais importante – despertar nos indivíduos o interesse por nossas coisas, por nossos antepassados e por nossas instituições. Quem sabe uma atitude como essa puderia nos aproximar mais da nossa História, do nosso rincão e dos nossos costumes?

            Informações desse tipo poderiam aguçar a curiosidade do belorizontino: embora tenha se apaixonado por Marília de Dirceu e casado com ela, em BH Tomás Gonzaga não cruza com a sua amada, embora esteja próximo dela. Já Alvarenga Peixoto consegue, sim, se encontrar com a sua amada, Bárbara Heliodora, no bairro de Lourdes. É bem verdade que Bárbara Heliodora pende um pouco para Tomás Gonzaga e se encosta nele. Mais interessante é o caso de Santa Rita Durão: embora localizado entre a Rua Cláudio Manoel (um inconfidente) e a Rua dos Inconfidentes, Santa Rita Durão não é inconfidente e muito menos uma santa da Igreja Católica; é um poeta mineiro, autor do poema épico Uirapuru, que viveu de 1722 a 1784.

Um comentário: