Suponhamos
uma redação do Enem, cujo início fosse assim:
“A copa do
mundo vai trazer muitos beneficio para o Brasil. Um dos mais importante vão ser
as novas estrada que estão construindo no pais. É o caso de Belo horizonte por
exemplo que esta sendo construido um monte de avenidas nova é o caso da aven.
Antonio carlos e Cristiano machado duas principais avenidas para servir a nossa
cidade. Outro beneficio são a construção de belos estádio como é o caso do
Minerão que está uma belesa sem nenhum poblema e que dentro dele cabe mais de
secenta mil pessoa acentada que assiste o jogo no maior conforto isso sem falar
nos hotel que esta sendo construido à todo instante na cidade dentro e fora
dela...”
Não vamos
corrigir esse texto, mas está claro que aí existem erros de: ortografia (inclusive de acentuação gráfica e emprego
de maiúscula), pontuação, paragrafação, concordância verbal, concordância
nominal, emprego de pronome relativo, regência verbal, uso do acento indicador
da crase, flexão de número, sequenciação de ideias, ilogicidade, repetição
inadequada de palavras, etc. etc.
O mais
incrível de tudo isso é que só agora o Inep parece ter acordado para o
problema. Até aqui “valia” escrever “trousse”, “enxergar”,
“essas providências, no entanto, não deve ser expulsão” e “é
fundamental que hajam debates”. Mas a sociedade brasileira, por meio
principalmente da imprensa esclarecida, reagiu e obrigou o Ministro da Educação
a ser explícito com relação ao assunto: sim, os erros de português serão
corrigidos de acordo com a língua padrão! Voltou-se, assim, ao mais elementar
dos ensinamentos da escola, ao “óbvio ululante” de Nelson Rodrigues: os alunos
precisam dominar a língua padrão escrita. Afinal, é esse tipo de linguagem que
vai ser usado pelos advogados, pelos jornalistas, pelos psicólogos, pelos
técnicos em enfermagem e pelo cidadão de maneira geral.
Algumas
pessoas, no entanto, mesmo as mais estudadas, confundem as coisas e logo
pensam: – Mas eu preciso saber gramática (ditongo, tritongo, pronome
demonstrativo, advérbio, oração cooordenada, subordinada, reduzida, etc.) para
escrever corretamente? De jeito nenhum. O importante é o desempenho, a prática,
o uso. É preciso dominar a concordância verbal do português? Sim. Para isso não
é necessário decorar as trezentas e vinte e sete regras de concordância, mas
praticar bastante, como procuro fazer no meu livro Gramática nunca mais II –
exercícios (Edit. Comunicação de Fato). Além disso, é preciso ficar claro
que o Enem não exige dos candidatos em sua prova de Linguagens, códigos e
suas tecnologias qualquer conhecimento teórico de gramática.
Em
síntese, um alerta para a prova do Enem: escrever correta e adequadamente, sim,
mas sem necessidade de decorar a gramática.
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